quinta-feira, 26 de agosto de 2010

210

Fim de tarde, na fila da peixaria para pagar. O senhor de idade à minha frente fala animadamente com a menina da caixa que me lança um olhar divertido. Fico atenta à conversa e ouço o senhor dizer: "esta flor também foi do meu jardim..." Caio em mim, aquilo só pode ser comigo, e olho nos olhos o senhor que me recebe com um largo sorriso: "Não te lembras de mim pois não?" Admito timidamente que não enquanto rebobino o meu passado vertiginosamente até parar nos bancos do liceu. Oh sôtor! exclamei quando reconheci um professor de matemática que adorava, claro que me lembro de si! Fico é surpreendida por se lembrar de mim ao fim de tantos anos. E ele sempre a sorrir: "Muitos mesmos. Não digas, deixa-me pensar, foste minha aluna para aí em 1978". E eu: que memória, sôtor, que memória. E a resposta deixou-me com um sorriso de orelha a orelha: "Há duas coisas que um professor nunca esquece, uma mente brilhante e um sorriso contagiante. E tu tinhas as duas coisas". Falamos mais um pouco sobre outros colegas da altura e despediu-se prendendo-me levemente o queixo antes de sair e me desejar as maiores felicidades...

(isto passou-se ontem e ainda estou com um sorriso parvo :)



1 comentário:

me. disse...

Coisas mesmo fantásticas! ;)