Há uns dezoito anos atrás, ainda trabalhava no Porto no Hospital de Santo António, bateram no meu carro por trás quando parei num stop. Quando saí do carro deparei-me com um rapazinho muito novo, que estava a pegar em bocadinhos de vidro do farol partido lavado em lágrimas e a murmurar: "a minha mãe vai-me matar, a minha mãe vai-me matar....." Não consegui resistir àquele quadro e depois de avaliar os poucos danos do meu carro, mandei-o embora. Ele ainda insistiu que a culpa era dele, mas eu não mudei de opinião. Achei que já estava arrependido que chegasse e disse-lhe apenas que esperava que tivesse aprendido a lição e passasse a conduzir com mais cautela.
Hoje relembrei este incidente quando o meu filho telefonou em pânico a contar que tinha sido "apanhado" pela polícia a calcar um traço contínuo, sem cinto de segurança, a lançar um cigarro apagado pela janela, sem documentos do carro e sem o impresso do seguro (sim, que vergonha, isto tudo junto.... só faltou ir agarrado ao telemóvel :)
Pelo vistos conquistou da mesma forma o coração do agente que o mandou para casa com muitas recomendações de mais juízo e apenas com 50 euros de multa por conduzir sem cinto.....
Claro que me vai ouvir o fim de semana todo, que eu não vou deixar passar isto em branco...e vai ficar de castigo até casar :) E aquela história de que se educa pelo exemplo não me parece ter dado frutos!
(mas que às vezes as recompensas tardam, mas chegam é bem verdade :)
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